quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Derrotados? Que nada! (Por Joedson Telles)





 







Das duas uma: ou não entendem de política ou esteados em algum interesse pessoal tentam ludibriar os que são mais desprovidos de inteligência ainda. Refiro-me aos deboches feitos tendo como fito o senador Eduardo Amorim e o deputado federal Rogério Carvalho, por conta do resultado das urnas, no último domingo 5. Enxergá-los como derrotados é, no mínimo, velar a ignorância sobre a vigência de um mandato – e, sobretudo, esquecer o óbvio: o tempo voa. Passa que nem é percebido. Quatro anos em política é um piscar de olhos.

Em 24 meses, teremos novas eleições – inclusive para a Prefeitura de Aracaju. E, em quatro anos, o replay da eleição que terminou ontem. Alguma dúvida que a dupla emerge como as maiores lideranças da próxima eleição para o Governo do Estado e, dificilmente, não disputarão o pleito? Evidente que as urnas mostram que nomes novos estão chegando com força para se juntar a Eduardo e Rogério. Cito Adelson Barreto, Laércio Oliveira e Valadares Filho como os principais. Mas, se o processo fosse hoje, Eduardo x Rogério seria a disputa. Não duvido.

Além disso, como enxergar como derrotada uma pessoa que teve a coragem de disputar o Governo do Estado pela primeira vez, tendo como adversário ninguém menos que Jackson Barreto – ainda sentado na cadeira de governador? Um candidato experiente, com serviços prestados, uma equipe de comunicação competente, obras para inaugurar e o argumento de que pegou o governo há apenas seis meses? Sem falar da forma conhecida com que Jackson faz política. Derrota seria Eduardo Amorim permanecer tranquilo no Senado e não fazer jus ao posto de líder da oposição. Aí, além de uma derrota antecipada ainda espelharia uma covardia sem tamanho. Optou pela disputa e teve 415.641 mil votos – 41,37% de aceitação.

Por sua vez, o deputado federal Rogério Carvalho teve a coragem ímpar de enfrentar uma senadora que talvez tenha de vida pública a idade biológica do próprio Rogério. E neste tempo prestou inúmeros serviços a Sergipe. A fama de mãe da pobreza não é gratuita. Como se isto não bastasse, Maria tem em João Alves, o maior político de Sergipe, em se tratando de obras entregues à população,  seu maior cabo eleitoral. Apesar disso e das pesquisas, antes mesmo dos registros de candidaturas, já mostrarem uma vitória fácil de Maria do Carmo, Rogério teve a coragem que pouquíssimos políticos teriam de enfrentá-la. É bom lembrar que, em 2010, o petista chegou à Câmara Federal como o deputado mais votado, e teria uma tranquila reeleição, mas optou por correr o risco. Uma característica dos vencedores, que lhe valeu nada menos que 416.988 mil votos – 45,52% do eleitor o queria no Senado.

A política é tão dinâmica, tão fascinante que o próprio Jackson Barreto, que derrotou, o senador Eduardo Amorim, ontem, diz ao adversário, com sua própria história, para não desistir. Não baixar a cabeça. Não se enxergar como perdedor. Aliás, Eduardo já deixou isso evidente. Já imaginou se Jackson Barreto desistisse de disputar a eleição de ontem porque perdeu o Governo do Estado, em 1994, para Albano Franco numa eleição colocada em xeque por muitos? Se jogasse a toalha quando foi obrigado a deixar a Prefeitura de Aracaju por motivos vastamente já ventilados? Não precisa detalhar aqui que o momento de felicidade ímpar que vive hoje inexistiria.

Rogério e Eduardo têm a obrigação, como homens públicos, de assumir – ou continuar – o papel de oposição. Não uma oposição à base do ódio, mas construtiva. Em sintonia com os pleitos da sociedade. Nada de ir para o lado pessoal. Abomino a baixaria. Mas fiscalizar os mandatos dos adversários para cobrar coerência com as expectativas dos sergipanos. Inclusive dentro do que os próprios Jackson e Maria prometeram durante a campanha, cobrar é salutar. É isso que Sergipe espera. É isso que deve ser feto. É isso que mostrará que derrota não é ter menos votos. Derrota é, por quaisquer motivos, deixar de ser útil ao estado de Sergipe. Eduardo e Rogério demonstram entender muito bem isso. Estão de parabéns. 

P.S. Evidente que para ter mais votos nos próximos pleitos, erros precisam ser corrigidos. Ambos precisam avaliar com calma todo o processo, e cortar atitudes e, sobretudo, pessoas que só prejudicaram. 

Por Joedson Telles www.universopolitico.com.br 

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